Detalhes


Título

SÍNDROME DE TOLOSA HUNT: UM DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO NAS OFTALMOPLEGIAS DOLOROSAS

Objetivo

Descrever caso de oftalmoplegia completa dolorosa com excelente resposta a pulsoterapia.

Relato do Caso

Paciente, 34 anos, refere que iniciou quadro inédito de cefaléia intensa, com piora progressiva, acompanhada de restrição da movimentação ocular e baixa acuidade visual em olho esquerdo, com evolução para diplopia e ptose palpebral esquerda progressiva, evoluindo com ptose completa e oftalmoplegia a esquerda em cerca de três dias. Ao exame oftalmológico: movimentação ocular extrínseca em OE: restrita em todas as versões. Reflexo fotomotor consensual direto: presente em OD; OE em midríase medicamentosa. Acuidade visual 20/20 em OD, conta dedos a 1m em OE. Biomicroscopia sem alterações. Fundo de olho: sem alterações de nervo óptico. RM de órbitas: espessamento e hipersinal em T2 do segmento intraorbital da bainha do nervo óptico esquerdo, sem realce significativo após a injeção do contraste paramagnético, sugerindo neurite. Foi levantada também a hipótese de meningioma de bainha de nervo óptico, sendo encaminhado para hospital terciário. Realizada a internação, prosseguido com investigação do quadro com RM de crânio, coleta de líquor e exames laboratoriais, com suspeita de lesão inflamatória retro-orbitária, optado por realizar pulsoterapia com metilprednisolona, com boa resposta ao quadro, favorecendo a hipótese de Síndrome de Tolosa-Hunt (STH).

Conclusão

A STH é uma doença rara, descrita, segundo ICDH-3 (2018), por dor orbitária unilateral associada a paresia de um ou mais nervos cranianos, causada por inflamação granulomatosa no seio cavernoso, sendo descrita, na prática, como uma tríade clássica de alta sensibilidade (95-100%). Por ser um diagnóstico de exclusão no contexto das oftalmoplegias dolorosas, cabe investigação de outras etiologias, incluindo infecciosas e neoplásicas. O exame de imagem (RM de crânio e órbitas) é de fundamental importância para investigar neurite. Os pacientes costumam obter melhora dos sintomas com a corticoterapia, que também tem papel na prevenção das remissões, devendo ser acompanhados ambulatorialmente.

Área

Neuroftalmologia

Instituições

FUNCIPE - Ceará - Brasil

Autores

CAIO MARTINS DINIZ LEITE, RENARA COSTA TOMAZ , LUIZ VALÉRIO COSTA VASCONCELOS

Promotor

Realização - CBO

Organização

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