PERFURAÇAO OCULAR COM ANZOL DE PESCA: UM RELATO DE CASO
Relatar um caso de acidente penetrante com anzol de pesca em olho esquerdo, no qual o paciente teve sucesso na abordagem e evoluiu com excelente resultado visual.
Homem, 26 anos, atendido no Pronto Atendimento Oftalmológico do Hospital de Olhos Redentora após acidente com anzol de pesca. No exame de admissão, em OE, havia um anzol perfurando a córnea com transfixação da íris e fisga do anzol localizada na câmara posterior, não sendo visualizado acometimento do cristalino. Acuidade visual de 20/25 (OD) e vultos (OE). Optado por retirar o anzol no centro cirúrgico, sendo realizado o procedimento imediatamente. Foi tentado retirar o anzol continuando o trajeto de entrada, a fim de evitar maiores danos. No entanto, não foi possível retirar de tal forma, devido a resistência e difícil manipulação do anzol. Precisou ser pelo mesmo orifício de entrada, resultando em lesão da cápsula anterior do cristalino com a fisga do anzol. Realizado sutura de córnea em OE e optado por reabordar o cristalino posteriormente. Iniciado terapia com antibiótico e corticóide tópico e orientado vacinação anti-tetânica. Paciente evoluiu com edema de córnea leve e catarata traumática. Realizado US de olho esquerdo para avaliar possíveis danos, mostrando cristalino tópico e retina colada em todas as posições. Programado facoemulsificação com colocação de lente intraocular de OE em 10 dias. Após FACO, paciente apresentou pontos de sinéquias, sendo indicado, também, yag laser em OE. No 30º pós operatório de FACO OE, com exames e biomicroscopia sem alterações, foi realizada a refração. OD: plano/ esférico 20/20 e OE +1,75 -2,00 a 5º 20/30. Prescrito óculos e retirado terapia tópica.
A pesca, prática muito comum em nosso país, apresenta certos perigos e é importante estar atento a eles para ter o cuidado de realizar a atividade com menos riscos. No presente caso, o paciente apresentou trauma grave em córnea e cristalino e com imediata abordagem clínica e cirurgica, evoluiu com visão de 20/30 após 1 mês do acidente.
Trauma
Hospital de Olhos Redentora - São Paulo - Brasil
GABRIELA NUNES DE ARRUDA, JOAQUIM ISQUIERDO, JESSICA FEITOZA CORREA