OCLUSAO DA ARTERIA CENTRAL DA RETINA: RELATO DE CASO
Relatar um caso de oclusão da artéria central da retina.
Paciente masculino, 23 anos, referiu diminuição da acuidade visual (AV) súbita em olho direito (OD) com 2 dias de evolução e escotomas. Sem comorbidades ou uso de medicamentos. Apresentava AV de movimento de mãos em OD e de 20/20 em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia OD: defeito pupilar aferente relativo, pressão intra-ocular normal. Submetido a mapeamento de retina (fig.1) no OD, apresentava disco óptico discretamente pálido, bem delimitado, retina pálida e edemaciada com mácula em cereja na região foveal associado à afinamento vascular discreto. Solicitada angiofluoresceinografia do OD, que demonstrou importante retardo de enchimento da artéria central da retina, com retina pálida e edemaciada difusamente, apresentando mácula em cereja. OCT ipsilateral evidenciou desorganização das camadas retinianas externas, com sinais de acúmulo de liquido intra-retiniano.
Orientado sobre prognóstico visual, foram solicitados exames laboratoriais sorológicos e reumatológicos. Paciente foi encaminhado para investigação de síndrome de hiperviscosidade sanguínea, que não evidenciou alterações aparentes. Com isso, paciente mantém seguimento oftalmológico habitual.
A oclusão da artéria central da retina é um evento obstrutivo vascular raro e afeta, em sua maioria, pacientes por volta da sexta década de vida, geralmente unilateral e é incomum em jovens sem comobidades. Costuma cursar com uma perda visual indolor e súbita, sendo não raro encontrar um defeito pupilar aferente associado logo após a obstrução. É de suma importância a identificação e o conhecimento dessa entidade clínica, tendo em vista que o adequado diagnóstico e controle clínico podem prevenir a perda total da visão.
Retina
Santa Casa de Misericórdia de Curitiba - Paraná - Brasil
FERNANDA FERNANDES GOMES, Rafael Victor Mierzwa, Kalena Kostiuk