SINDROME DE IRVINE-GASS BILATERAL E O DIAGNOSTICO DIFERENCIAL COM EDEMA MACULAR DIABETICO (EMD) E DMRI EXSUDATIVA
Relatar caso de Síndrome de Irvine-Gass bilateral após facoemulsificação em paciente com Diabetes Mellitus e como foi realizado o diagnóstico diferencial com EMD e DMRI exsudativa.
E. H. S, 75 anos, feminino, hipertensa e diabética tipo 2, realizou facoemulsificação em ambos os olhos (AO) em janeiro de 2021 em serviço particular. Após um ano deu entrada no Hospital de Clínicas da UFTM com queixa de baixa acuidade visual (AV) progressiva. Apresenta AV de 20/200 à direita e 20/100 à esquerda, fundoscopia com drusas em polo posterior e estreitamento arteriolar AO, sem outras alterações. A tomografia de coerência óptica demonstrou espaços císticos de baixa refletividade atingindo principalmente a camada nuclear interna e a plexiforme externa, acompanhada de perda da depressão foveal, sem desorganização das camadas internas. Levantou-se três hipóteses diagnósticas para a causa do edema macular cistóide: Irvine-Gass, EMD e DMRI exsudativa.
Seguindo propedêutica, foi realizada angiotomografia de coerência óptica com hiporrefletividade en face e aspecto petaloide macular (fig 1) . Nesse ínterim, excluiu-se DMRI exsudativa devido à ausência de membrana. Na angiografia fluoresceínica (AF), foi observado hiperfluorescenia perifoveal, acúmulo de fluoresceína com padrão petaloide macular AO e nervo óptico com hiperfluorecência em fases tardias, principalmente a direita, corroborando com o diagnóstico de Irvine-Gass bilateral (fig 2). Ademais, áreas de isquemia ou hemorragia periféricas não foram vistas na AF, bem como não foram encontrados estigmas de retinopatia diabética proliferativa à fundoscopia, excluindo EMD.
O edema macular cistóide bilateral, juntamente com as condições sistêmicas e histórico de facoemulsificação em AO trouxeram a necessidade de investigação detalhada dos diagnósticos diferenciais para a conclusão do quadro, e foi somente através de exames complementares que o diagnóstico de Irvine-Gass bilateral pode ser confirmado. Há agora o desafio terapêutico, visando melhoria da acuidade visual neste quadro crônico.
Retina
Instituto CEMA de Oftalmologia e Otorrinolaringologia - São Paulo - Brasil, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) - Minas Gerais - Brasil
STELLA PADUA NOGUEIRA TEIXEIRA, LETICIA VILLELA FERREIRA, CARLOS ALBERTO PILAN NETO