Código
RC154
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (UFRN)
Autores
- ANA BEATRIZ SEABRA SANTOS DE ARAÚJO (Interesse Comercial: NÃO)
- TALITA VIRGÍNIA FERNANDES DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- FLAVIA PELINSARI LANA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO DE OFTALMOPATIA DE GRAVES UNILATERAL EM PACIENTE EUTIREOIDEO
Objetivo
Apresentar uma forma atípica de manifestação clínica da oftalmopatia de Graves.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino, 38 anos, procedente de Natal/RN. Encaminhado ao serviço de oftalmologia do Hospital Universitário Onofre Lopes com queixa de visão dupla e olho esquerdo (OE) saltado há 3 meses. Apresentava glaucoma, em uso de britens, dorzolamida e travoprosta. Desconhecia doenças sistêmicas. A acuidade visual era de 20/20 em ambos os olhos (AO). À inspeção foi observada proptose do OE e limitação de supradução AO. Estavam preservados os reflexos pupilares fotomotores direto e consensual. Sem alteração no segmento anterior. A pressão intraocular era de 12 mmHG no olho direito (OD) e 13 mmHg no OE. Na fundoscopia, o nervo óptico era pouco corado, com escavação 0,9 AO. Realizou dosagem sérica de TRAB (1,73 UI/L), anti-TPO (inferior a 0,25 UI/ml), TSH (0,49 mU/L) e T4l (0,71 ng/dl). Ultrassonografia de tireoide sem alterações. Ressonância de crânio e órbitas que evidenciava: proptose moderada do OE; espessamento do reto medial e reto lateral do OE em relação ao OD, com assimetria no pós contraste, sem atingir a bainha tendínea na inserção da órbita; realce homogêneo e espessamento nodulariforme no terço proximal do reto inferior. Na biópsia do músculo reto inferior observou-se infiltrado inflamatório crônico. A tomografia de abdome total não apresentava alterações e a de tórax mostrava granulomas no segmento apical do lobo superior direito e anterior do lobo superior esquerdo. O caso foi conduzido com a endocrinologia, realizado diagnóstico de oftalmopatia de Graves, apesar da função tireoidiana normal, e executada pulsoterapia, evoluindo com melhora da diplopia.
Conclusão
A oftalmopatia de Graves é a doença orbitária mais comum, autoimune, podendo ocorrer em qualquer faixa etária. Caracterizada pela deposição de imunocomplexos antitireoglobulina nos músculos extraoculares. O acometimento em homens costuma ser mais grave. Apesar de comumente relacionada à doença de Graves, devemos sempre aventar e investigar outras possíveis etiologias para a doença.