Código
RC142
Área Técnica
Oncologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Autores
- IGOR PERRUSO GONCALVES (Interesse Comercial: NÃO)
- ALISSON LIMA ANDRADE (Interesse Comercial: NÃO)
- ROBERTA LILIAN FERNANDES DE SOUSA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE DE CONJUNTIVA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso raro de carcinoma mucoepidermóide de conjuntiva em paciente com lesão conjuntival similar a pterígio
Relato do Caso
Paciente de sexo feminino de 46 anos, atendida no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu por queixa de “lesão carnosa” em ambos os olhos associada a hiperemia ocular, ardência e embaçamento visual em olho direito (OD) há 1 ano. Refere apenas tratamento para depressão, porém negava outros antecedentes. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual com correção óptica 20/20 em ambos os olhos; biomicroscopia com hiperemia conjuntival 1+/4+, proliferação fibrovascular em setor nasal invadindo a córnea em 3mm no eixo horizontal em OD e em 1,5 mm em olho esquerdo (OE), sem demais alterações ao exame. Foi levantada hipótese diagnóstica de pterígio em ambos os olhos e indicada exérese das lesões. Após exérese da lesão em OE, a análise anátomo-patológica revelou presença de células epiteliais epidermóides não queratinizantes associadas a células mucossecretoras, que ocupavam os centros dos ninhos celulares, alterações compatíveis com carcinoma mucoepidermóide de baixo grau histológico. Paciente foi submetida a uso tópico de colírio de 5-fluoracil a 0,5% por 6 semanas em OE e avaliada pela equipe da oncologia para avaliação de possíveis metástases. O estudo de imagem cervical e intracraniana não revelou alterações compatíveis com metástases. Em três meses de seguimento pós exérese da lesão não houve sinais de recorrência local.
Conclusão
O caso relatado consiste em entidade rara - carcinoma mucoepidermóide de conjuntiva - que se apresentou clinicamente como um pterígio nasal. Os autores chamam a atenção para a necessidade de suspeita dessas lesões e para a importância da realização do exame anátomo-patológico após retirada de lesões conjuntivais, mesmo as que se apresentam com sinais de benignidade devido ao risco, apesar de baixo, de apresentarem características malignas.