Título

ENXERTO CUTANEO NO TRATAMENTO DE ECTROPIO CICATRICIAL: RELATO DE CASO

Objetivo

Apresentação de caso de ectrópio cicatricial em paciente adulta após quadro de herpes zoster facial, tratado por meio de transplante parcial autólogo de tecido supraclavicular no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, com intuito de abordar condutas terapêuticas e técnicas cirúrgicas para tratamento.

Relato do Caso

A.G.S., sexo feminino, 40 anos, foi admitida no Pronto Socorro da Oftalmologia do Hospital das Clínicas da USP em agosto de 2021 com queixa de alteração da coloração do olho e hiperemia ocular à direita, desde junho. Nega dor. Referia quadro de Herpes zoster facial com início em Maio de 2021, o qual foi tratado com Aciclovir 400 mg de 8 em 8 horas. Referia de antecedentes pessoais epilepsia controlada e nefrite por lúpus. Negava uso de imunossupressores. Ao exame tinha retração de pálpebra superior direita com lagoftalmo, porém Bell satisfatório. Alterações de pigmentação da pele que se estende da fronte até pálpebra inferior. Apresentava madarose, além de uma úlcera de córnea não grave e diminuição da sensibilidade corneana. Foi prescrito antibioticoterapia tópica, lubrificação e foram realizadas tarsorrafias temporárias para proteção corneana. Após, foi realizada uma tarsorrafia permanente, porém sem sucesso, pois houve ocorrência de deiscência das suturas devido ao alto grau de friabilidade dos tecidos da lamela anterior. Em fevereiro de 2022 foi indicada a reconstrução de pálpebra direita através do uso de transplante parcial autólogo de tecido supraclavicular como área doadora, e a cirurgia foi realizada em março, sob anestesia tópica, sem intercorrências, ocorrendo assim a correção do ectrópio cicatricial.

Conclusão

O enxerto cutâneo tanto parcial quanto total é uma técnica antiga de reconstrução na plástica ocular, e pode ser uma opção efetiva para casos de ectrópio cicatricial secundário a encurtamento de lamela anterior.