Código
RC131
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitário Lauro Wanderley
Autores
- THIAGO RHUAN ROCHA LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- ÉRICLES ALVES DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- CRISTIANE BEZERRA DA CRUZ COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ANOMALIA DE MORNING GLORY: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de anomalia de Morning Glory evidenciada em criança de 4 anos.
Relato do Caso
Paciente 4 anos, masculino, atendido no setor de oftalmologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley com queixa de estrabismo convergente desde o nascimento. Pré-natal e parto sem intercorrências. Antecedentes familiares: pai com glaucoma. À inspeção não apresentava alterações orbitárias ou em face. Ao exame oftalmológico apresentava melhor acuidade visual corrigida de 20/400 em olho direito e 20/20 em olho esquerdo, esotropia de 30 dioptrias prismáticas em olho direito e versões normais em ambos os olhos. Na biomicroscopia de segmento anterior observou-se em olho direito catarata subcapsular posterior nasal, sem acometer o eixo visual; olho esquerdo sem alterações. À fundoscopia de olho direito verificou-se disco óptico aumentado de tamanho, com bordos mal definidos e envoltos por anel pigmentado, escavação profunda e disposição radial da vascularização retiniana, mácula sem alterações; olho esquerdo dentro da normalidade. Diante das características do nervo óptico à fundoscopia e ultrassom, aventou-se o diagnóstico de anomalia de Morning Glory. O paciente está em acompanhamento oftalmológico e realizando estimulação visual. Aguarda realização de ressonância magnética de encéfalo, a fim de excluir outras malformações associadas.
Conclusão
A anomalia de Morning Glory é uma malformação congênita rara do nervo óptico, que se apresenta, geralmente, de forma unilateral, sendo mais comum em mulheres. A acuidade visual varia a depender da extensão do acometimento do nervo e frequentemente os pacientes comparecem a consulta por queixa de leucocoria ou estrabismo. O tratamento consiste em prevenir a ambliopia, rastrear descolamento de retina e descartar outras malformações associadas. O caso revela a importância de lembrarmos da anomalia de Morning Glory, diante dos diagnósticos diferenciais das más-formações de nervo óptico, que incluem o coloboma de nervo óptico e estafiloma peripapilar afim de que possamos realizar um acompanhamento adequado do paciente.