Sessão de Relato de Caso


Código

RC211

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Federal Servidores do Estado

Autores

  • FERNANDA MARTINS FILGUEIRAS (Interesse Comercial: NÃO)
  • Flávio Mac Cord Medina (Interesse Comercial: NÃO)
  • Roberta Aguiar Guedes (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SINDROME OCULAR ISQUEMICA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA E REFRATARIA AO TRATAMENTO

Objetivo

Relatar caso de síndrome ocular isquêmica (SOI) rapidamente progressiva e refratária ao tratamento com fotocoagulação a laser.

Relato do Caso

M.O, 62 anos, feminina, branca, natural do Rio de Janeiro. Queixava-se de redução súbita da acuidade visual em olho direito (OD), hiperemia e dor ocular. Relatava hemiplegia à esquerda intermitente. Negava outros sintomas sistêmicos. Portadora de hipertensão arterial, diabetes mellitus e hipercolesterolemia. Em angioTC de carótidas e vertebrais havia placa ateromatosa determinando oclusão de artéria carótida interna. Ao exame oftalmológico, acuidade visual corrigida de conta dedos à 3 metros em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE), pressão intra-ocular (PIO) de 14 mmHg em ambos os olhos (AO) e biomicroscopia com hiperemia conjuntival 2+, flare 2+, células em câmara anterior 1+ em OD; OE sem alterações. Fundoscopia de OD com hiperemia de disco óptico (DO), neovaso em borda papilar, hemorragias retinianas superficiais difusas em pólo posterior e média periferia, enquanto OE estava dentro da normalidade. Na angiografia fluoresceínica foi encontrado em OD atraso dos tempos circulatórios, lentificação do trânsito arterio-venoso, hiperfluorescência de DO, ingurgitamento venoso, microaneurismas e exclusão capilar periférica importante. A paciente foi submetida a fotocoagulação a laser, mas na semana seguinte evoluiu com glaucoma neovascular de PIO normal. Mantido o tratamento com laser, porém 2 semanas após apresentou hemorragia vítrea. Com a severidade e rápida progressão da patologia, foi optado por injeção intravítrea de anti-VEGF.

Conclusão

SOI é uma rara condição causada pela hipoperfusão ocular por obstrução da artéria carótida comum, interna ou seus ramos. O prognóstico visual é reservado e tem como diagnósticos diferenciais a oclusão venosa e retinopatia diabética. A principal causa de mortalidade é doença cardiovascular e tão logo seja suspeitada, o paciente deve ser avaliado com cardiologista e cirurgião vascular. É necessário acompanhamento multidisciplinar para melhorar a sobrevida e reduzir a morbidade visual.

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