Código
GR-08
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: IAMSPE
Autores
- REBECA DE ARAUJO MEDEIROS (Interesse Comercial: NÃO)
- Carolina Delia Aguiar (Interesse Comercial: NÃO)
- Eric Pinheiro de Andrade (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR NAO ARTERITICA E INIBIDORES DA 5-FOSFODIESTERASE – RELATO DE CASO
Objetivo
A hipotensão noturna é fator relevante na gênese da neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA), principalmente em casos de disco óptico (DO) crowded e escavação pequena. Observa-se possível relação entre inibidores da 5-fosfodiesterase (PDE5I) e NOIA-NA, por aumentarem os efeitos do óxido nítrico, causando vasodilatação e consequente hipotensão. Nosso objetivo é relatar este caso por haver pouca descrição na literatura sobre o tema.
Relato do Caso
Homem, 56 anos, queixa-se de ter despertado com baixa visual no olho direito (OD) há 30 dias da consulta, indolor e com piora progressiva. Sem comorbidades. Uso eventual de sildenafil 50 mg/dia. Acuidade visual (AV) de conta dedos a 20 cm no OD e 1,0 no olho esquerdo (OE). Defeito pupilar aferente relativo no OD. Campo visual de confrontação com defeito temporal superior no OD. Biomicroscopia anterior sem alterações em ambos olhos (AO). Tonometria de aplanação 12 mmHg AO às 14h. Fundo de olho do OD com DO pálido, mal delimitado, crowded, com escavação < 0,1 e hemorragias peripapilares. FO OE sem alterações. Campimetria 30:2: escotoma cecocentral e arqueado superior no OD. Tomografia de coerência óptica: perda de fibras nasais da camada de fibras nervosas do OD (Figura 1). Exames de rastreio de patologias sistêmicas sem alterações. Com a hipótese de NOIA-NA, orientada suspensão do sildenafil e iniciados ácido acetilsalicílico 100 mg/dia e brimonidina colírio 12/12 horas. Paciente em acompanhamento ambulatorial, com 3 meses do início do quadro de BAV, atualmente OD apresentando AV de 0,9 e melhora dos achados do FO (Figura 2)
Conclusão
Recentemente, pesquisas têm sido realizadas aumentando o nível de evidência relacionando NOIA-NA e PDEI5. Considerando a fisiopatologia da doença e os casos relatados na literatura, deve-se questionar os pacientes com a doença sobre o uso dos PDEI5 e desestimular o uso desta classe de drogas, de forma a evitar o comprometimento do olho contralateral.