Título

DESAFIO DIAGNOSTICO DE PAN UVEITE COM SINTOMAS INESPECIFICOS E URGENCIA NO TRATAMENTO

Objetivo

Objetivo: Discutir a importância do exame oftalmológico para diagnóstico e conduta de doenças sistêmicas.

Relato do Caso

Feminino, 31 anos, hígida, referenciada do médico generalista para avaliação oftalmológica devido a baixa acuidade visual (AV). Queixou de cefaleia, baixa de visão, cervicalgia e zumbido progressivos há 25 dias. Ao exame: AV com correção (AVCC) de 20/100 e 20/200 (Snellen); biomicroscopia com reação de câmara anterior 2+/4+ em ambos os olhos (AO) e vitreíte anterior; fundoscopia com coroidite e múltiplos focos de descolamento retina (DR) seroso em AO. Ultrassonografia ocular confirmou DR seroso AO. Encaminhada a serviço de urgência com hipótese diagnóstica de uveíte e suspeita de Doença de Vogt Koyanagi Harada (VKG), para investigação devido a serviço ser exclusivamente ambulatorial. Paciente retornou 60 dias após com relatório do tratamento. A revisão laboratorial apresentou Hb=11g/dL, leucócitos=10100/mm3, PCR=10mg/L, Ca++=1.22mmol/l; ECA não reagente, sorológicos negativos (Sífilis, HIV e CMV), radiografia de tórax sem alterações; firmado o diagnóstico de panuveíte, compatível com VKH e foi submetida a pulsoterapia venosa com corticoide e desmame progressivo. Ao momento do retorno, exame com AVCC 20/30 AO, biomicroscopia sem sinais inflamatórios e fundoscopia com melhora das áreas de DR.

Conclusão

A doença de VKH é uma doença sistêmica autoimune, que cursa com uveíte difusa bilateral e potencialmente grave que apresenta elevado risco para cegueira. O diagnóstico diferencial é amplo e difícil, o que demanda grande experiência no seu manejo. Por isso é fundamental que o médico generalista faça o pronto referenciamento ao especialista. Esses pacientes devem ter conduta rápida em discartar outras patologias e iniciar pulsoterapia com corticóide para que o desfecho seja favorável.