Sessão de Relato de Caso


Código

RC052

Área Técnica

Estrabismo

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Grupo Hospitalar Conceição

Autores

  • GEORGEA MALFATTI (Interesse Comercial: NÃO)
  • JEFERSON PETRY (Interesse Comercial: NÃO)
  • ALINE DE ARAUJO HACKBART (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Correção de estrabismo em paciente com Síndrome de Morning Glory

Objetivo

Relatar a condição rara de malformação congênita do disco óptico conhecida por Síndrome de Morning Glory e correção de estrabismo em paciente portador.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 23 anos, procedente de Porto Alegre, foi encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Conceição devido estrabismo e baixa acuidade visual em olho direito (OD), desde a infância. Negava uso de óculos, tampão ou cirurgia oftalmológica prévia. Ao exame apresentava ET de OD, com desvio medindo 60 dioptrias (DP). AV de conta dedos a 30 centímetros em OD (sem melhora com correção) e 20/20 em OE (+0,50 DE). Motilidade extrínseca ocular com hipofunção de músculo reto lateral e hiperfunção de músculo reto medial, ausência de nistagmo e reflexos fotomotores normais. Biomicroscopia anterior sem alterações em ambos os olhos. Biomicroscopia de fundo de OD: nervo óptico de tamanho aumentado, escavação profunda, atrofia do epitélio pigmentar da retina adjacente e vasos emergindo da papila em padrão radiado. Biomicroscopia de fundo de OE sem alterações. Paciente submetido a cirurgia de recuo de músculo reto medial 6mm e ressecção de músculo reto lateral 7mm em OD, em julho de 2018. Após sete meses da cirurgia paciente permaneceu com ET de bom aspecto, medindo 15 DP.

Conclusão

A Síndrome de Morning Glory é uma anomalia congênita rara, de predileção pelo sexo feminino, caráter idiopático e predominantemente unilateral. Caracteriza-se por exibir um nervo óptico aumentado e escavado com um tecido fibroglial centralizado, envolto por um anel de tecido subretiniano de matrizes variáveis e pelo padrão radiado e embainhamento dos vasos que entram e saem pela periferia do nervo óptico. O diagnóstico geralmente é feito nos primeiros anos de vida, em decorrência de estrabismo secundário. A acuidade oscila entre 20/20 e percepção luminosa, porém em 90% entre 20/200 ou menos. Complicações possíveis envolvem descolamento de retina e neovascularização da coróide. Por esse motivo deve-se orientar adequadamente os pacientes e realizar acompanhamento periódico.

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