Sessão de Relato de Caso


Código

RC197

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Autores

  • LUIZA BOAVA SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Thailor Dartora (Interesse Comercial: NÃO)
  • Eliane Chaves Jorge (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Primo infecção por toxoplasmose após acidente com descarga elétrica

Objetivo

Relatar caso de primo-infecção por toxoplasmose com retinocoroidite após queda da imunidade por acidente com descarga elétrica.

Relato do Caso

LMS, masculino, 24 anos, natural de Avaré/SP, comparece ao Pronto Socorro de Oftalmologia devido a baixa da acuidade visual (BAV) em olho esquerdo três dias após sofrer forte descarga elétrica em braço esquerdo por contato acidental com fios de alta voltagem. Exame ocular: AV: 20/20 OD; MMAF OE. Biomicroscopia OD: normal. OE: precipitados ceráticos granulomatosos, células 3+. Tonometria AO: 14/23mmHg. À fundoscopia, OD normal, OE: vitreíte 2+, lesão exsudativa na região do feixe papilo-macular de cerca de dois diâmetros de disco, área de descolamento seroso temporal à mácula e vasculite na região da arcada temporal superior (Figura 1). Angiofluoresceínografia mostrou hipofluorescência precoce e vazamento tardio na área de necrose retiniana, com acúmulo de líquido subretiniano na borda temporal (Figura 2), confimado pela SD-OCT. Pesquisa de agentes infecciosos foi positiva somente para toxoplasmose (IgG+). Iniciado sulfametoxazol 800 mg + trimetoprim 160mg oral 12/12h, prednisona oral 1mg/kg/dia e dexametasona colírio 5x/dia. O paciente continua em seguimento e tem evoluído com melhora da visão e da uveíte.

Conclusão

As manifestações retinianas após choque elétrico incluem buraco macular, edema macular, oclusão vascular, alterações do epitélio pigmentar, descolamento de retina e necrose de vasos coroidais e retinianos. A ocorrência de retinocoroidite, apesar de incomum, foi suspeitada neste caso pelo quadro de uveíte granulomatosa com vasculite e pela melhora evidente da lesão após o início do tratamento. O estresse pode alterar o sistema imunológico e é fator de risco para a manifestação de doenças oportunistas como a toxoplasmose ocular. A descarga elétrica neste caso, provavelmente contribuiu para a manifestação atípica da uveíte.

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