Código
RC006
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto dos olhos Das Cinecias medicas MG
Autores
- LUIS FELIPE REIS LUIZ (Interesse Comercial: NÃO)
- FABRICIO NONATO GAGNO (Interesse Comercial: NÃO)
- DEBORAH CRISTINA DA SILVA CARDOSO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CERATITE HERPETICA APOS FACOEMULSIFICAÇAO ASSOCIADA A QUADRO AGUDO DE INFECÇAO DE VIAS AEREAS SUPERIORES E HERPES LABIAL : RELATO DE CASO
Objetivo
Relato de um caso de ceratite herpética para reforçar a importância do acompanhamento adequado do diagnóstico precoce em tempo hábil e melhora do prognóstico visual .
Relato do Caso
Masculino, 74 anos, sem comorbidades, apresenta catarata N2 em ambos os olhos (AO) e subcapsular em olho esquerdo (OE). Feito planejamento cirúrgico de monovisão. Olho direito dominante. Cirurgia OE sem intercorrências, resultado refracional: -1,25 -0,50 160 (20/20) e J1 sem correção. No 1º dia pós operatório (DPO), evoluiu com infecção de via aérea superior e lesão herpética labial. No 8º DPO evoluiu com ceratite herpética, suspensos corticóide e anti-inflamatório tópicos e iniciado aciclovir oral em dose terapêutica e antibioticoterapia. A lesão solucionou-se no 15º dia de aciclovir, sendo mantida a dose por 21 dias. Após, foi mantida profilaxia com aciclovir por 90 dias. Apesar disso, no 50º DPO apresentou novo episódio de ceratite associado a uveíte. Reiniciado tratamento com aciclovir dose terapêutica, suspenso cetorolaco e introduzido antibiótico tópico. Feita investigação laboratorial de função renal, hepática e de imunossupressão. Resultados negativos. Paciente evoluiu com resolução do quadro no 10º dia do segundo tratamento. AV c/c: 20/25 AO . Mantido aciclovir terapêutico até 15º dia e posteriormente profilático.
Conclusão
A doença herpética ocular é uma importante causa de cegueira, incluindo cerca de 40.000 novos casos no mundo a cada ano³. A maioria dos casos de ceratite herpética pós-facoemulsificação descritos na literatura ocorrem na primeira semana após a cirurgia, geralmente em pacientes sem histórico de herpes ocular prévio . Apesar de não ser bem estabelecido, acredita-se que corticoides possam ser facilitadores da instalação da infecção, além do próprio trauma cirúrgico . O presente caso reforça a importância de um acompanhamento cuidadoso no pós operatório, atentando-se para sinais clínicos sistêmicos que podem preceder a queixa oftalmológica e indicar o raciocínio clínico.