Título

TOXOCARÍASE OCULAR: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de toxocaríase ocular, seu diagnóstico e tratamento, em um paciente do sexo masculino de 06 anos.

Relato do Caso

Paciente de 06 anos comparece ao IOCM acompanhado pela mãe que relata ter observado piora da visão do olho esquerdo da criança no final de 2021. Nega episódios de dor ou olho vermelho, nega traumas oculares, nega comorbidades ou intercorrências na gestação ou parto. Mãe afirma bom desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Acuidade visual de 20/20 e CD 1M. À biomicroscopia, ambos os olhos estavam calmos, sem reação de câmara anterior e os cristalinos estavam transparentes. Ao mapeamento de retina, não haviam alterações no olho direito. No olho esquerdo, notou-se muita proliferação vítrea, aparente descolamento plano de retina e presença de granuloma de polo posterior. A ultrassonografia ocular, foi sugerido processo inflamatório e descolamento plano de retina. Foram solicitados exames laboratoriais que evidenciaram eosinofilia e IgG reagente para toxocara. IgM e IgG para toxoplasmose negativos e VDRL negativos. Após avaliação, iniciamos a propedêutica para vitrectomia.

Conclusão

A toxocaríase é uma ascaridíase causada pela ingestão dos óvulos do Toxocara Canis em solo ou alimentos contaminados. O acometimento ocular independe do acometimento visceral e normalmente acomete crianças mais velhas e adultos. A doença normalmente é unilateral e possui três formas de apresentação. O granuloma de polo posterior, o granuloma periférico que pode ter uma trave de tração macular e uma panuveite moderada a severa que pode mimetizar uma endoftalmite endógena. As causas de BAV são vitreíte, edema macular cistoide e descolamento de retina tracional. Por ser uma doença que pode acometer crianças em idade em que há o potencial de ambliopia, o diagnóstico e o tratamento precoce são imprescindíveis.