Sessão de Relato de Caso


Código

RC239

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre

Autores

  • CELSO JOSE JUNIOR SALVADOR PERTILE (Interesse Comercial: NÃO)
  • VICTOR SANCHEZ ZAGO (Interesse Comercial: NÃO)
  • DAPHNE CASTRO SANTANA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

OFTALMIA SIMPATICA NO PACIENTE PEDIATRICO: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o diagnóstico e o manejo de um caso de Oftalmia Simpática (OS) em paciente pediátrico no Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre

Relato do Caso

PHOG, 8 anos, masculino. Queixa de baixa de acuidade visual em olho direito (OD) há 3 dias. História prévia de trauma perfurante em olho esquerdo (OE) há 2 meses. Ao exame, informou acuidade visual (AV) de 20/200 em OD. À biomicroscopia, OD apresentou reação de câmara anterior (RCA) e vitreíte à fundoscopia. Causas infecciosas descartadas por exames laboratoriais. Iniciou-se prednisolona 1mg/kg/dia por via oral (VO) com estabilização do quadro durante 3 semanas. Apresentou piora da AV para conta dedos à 2 metros após suspensão da medicação VO por conta. Tomografia de coerência óptica (OCT) com descolamento de retina seroso (FIGURA 1). Reiniciada prednisona 1mg/kg/dia VO, acrescentados colírios de corticosteroide e midriático. Após 3 semanas, apresentou-se com AV de 20/40 e diminuição da RCA. A prednisona foi reduzida para 0,8mg/kg/dia e foram acrescentados metotrexato e ácido fólico ao tratamento VO. Após 2 semanas, paciente sem queixas, AV 20/40 mantida, OD calmo, resolução da vitreíte e sem acúmulo de fluído em OCT (FIGURA 2).

Conclusão

A OS é uma panuveíte rara, bilateral, difusa que se desenvolve após trauma ocular perfurante cirúrgico ou acidental. Sem predileção por sexo e raça, a OS apresenta menor prevalência em crianças. A uveíte granulomatosa é a manifestação característica da doença, apresentando baixa da AV, precipitados ceráticos (PK’s) em ‘mutton-fat” e vitreíte com as clássicas lesões de Dalen-Fuchs (manchas branco-amareladas em média periferia da coroide). O diagnóstico é feito com base na história prévia de trauma associada aos achados clínicos. O tratamento inicial é realizado com corticosteroides em altas doses e seu posterior desmame a partir do uso de imunossupressores como azatioprina, metotrexato e ciclosporina.

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