Código
RC150
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
Autores
- ISADORA ANTUNES (Interesse Comercial: NÃO)
- TAÍS CÂMARA VIVIANI DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- GABRIEL ANTUNES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FISTULA CAROTIDO-CAVERNOSA: RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente com fístula carótido-cavernosa (FCC) e os achados clínicos típicos que possibilitaram um diagnóstico preciso.
Relato do Caso
E. C. B., 74 anos, sexo feminino. Encaminhada ao pronto socorro oftalmológico para investigação de edema palpebral associado à baixa acuidade visual (AV) em olho esquerdo, de início há 1 mês. Diabética e hipertensa, negava antecedentes oculares e traumas prévios. Ao exame deste olho, apresentava proptose importante, restrição da mobilidade ocular extrínseca e ausência de percepção luminosa à avaliação da AV. A biomicroscopia evidenciava quemose intensa e congestão venosa episcleral, além de hemorragias retinianas na fundoscopia. Pressão intraocular de 18 mmHg. Realizada tomografia de crânio a qual indicava ectasia da veia oftálmica, edema da gordura periorbitária e espessamento da musculatura extraocular ipsilateral. Devido alta suspeita de FCC, solicitada avaliação da neurocirurgia e realização de exame de imagem padrão ouro, que confirmou o diagnóstico.
Conclusão
A fístula carótido-cavernosa ocorre por uma comunicação anômala entre a artéria carótida interna e o seio cavernoso, permitindo a passagem do fluxo arterial sob alta pressão no espaço venoso extradural. Com base em sua etiologia é classificada em espontânea ou traumática, sendo esta última a mais comum. Dentre os achados oftalmológicos destacam-se: proptose pulsátil com sopro, edema palpebral, quemose conjuntival, congestão venosa episcleral, redução da acuidade visual e da mobilidade ocular extrínseca. À fundoscopia, dilatação venosa em graus variados e papiledema podem estar presentes. O glaucoma constitui uma de suas principais complicações, ocorrendo em até 30% das fístulas traumáticas. Exames de neuroimagem, como a angioressonância e a arteriografia, confirmam o diagnóstico da patologia. A terapêutica de escolha é a embolização arterial endovascular, e em uma minoria dos casos pode haver oclusão espontânea da fístula.