Código
RC147
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Santa Casa de Paranavaí
Autores
- GREISY GISELE MENEGHETI (Interesse Comercial: NÃO)
- BEATRIZ KAWANO DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- AMANDA MARIA BITTENCOURT GERALDI TORMENA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CELULITE ORBITARIA POR COMPLICAÇAO DE SINUSOPATIA EM ADOLESCENTE - RELATO DE CASO
Objetivo
A celulite orbitária é uma infecção de tecidos moles atrás do septo orbitário potencialmente ameaçadora da vida. Relatar caso clínico de paciente com celulite orbitária devido a complicação de sinusopatia.
Relato do Caso
P.H.C.J., 15 anos, masculino, deu entrada em pronto socorro de oftalmologia com quadro de edema, ptose, e hiperemia periorbital a esquerda há 5 dias.Duas semanas antes, apresentou sintomas respiratórios como coriza nasal, febre e cefaleia, realizado tratamento empírico para sinusite por 3 dias. Ao exame oftalmológico, identificou-se acuidade visual preservada, restrição de motilidade, quemose ocular e ptose palpebral à esquerda, caracterizando quadro de celulite orbitária (figura 1a). Foi então, realizado internamento hospitalar para antibioticoterapia endovenosa. A tomografia computadorizada de crânio e órbitas demonstrou sinusopatia em seio frontal bilateral, etmoidal e maxilar à esquerda com espessamento fusiforme do músculo reto superior; deslocamento inferior do nervo óptico, associados a proptose do globo ocular esquerdo, com formação de gradiente líquido e lesão expansiva no espaço extraconal, configurando processo inflamatório/infeccioso e formação de abscesso (figura 1b). Após 72 horas de antibioticoterapia, paciente evoluiu com melhora do edema e abertura ocular parcial. Realizado nova tomografia de crânio demonstrando melhora do abscesso, porém com indicação de abordagem cirúrgica. Dessa forma, foi encaminhado para serviço de cirurgia com otorrinolaringologista, objetivando a drenagem de abscesso e, assim, a descompressão orbitária. Após 2 meses de pós operatório, apresentou melhora importante do quadro oftalmológico (figura 2).
Conclusão
A celulite orbitária é uma complicação incomum após quadro de rinossinusite, correspondendo a 5 a 7% dos pacientes. As complicações oculares incluem aumento da pressão intraocular, disfunção do nervo óptico e oclusão de artéria ou veia central da retina. O prognóstico geralmente é favorável, porém pode causar complicações graves se não diagnosticadas e tratadas precocemente.