Sessão de Relato de Caso


Código

GR-14

Área Técnica

Órbita

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: UNIFACISA

Autores

  • MARIA PRISCILA MENDES MUNIZ FALCAO (Interesse Comercial: NÃO)
  • BRUNO FURTADO CARNEIRO DA CUNHA (Interesse Comercial: NÃO)
  • DIEGO NERY BENEVIDES GADELHA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SINDROME DO APICE ORBITARIO + FISTULA CAROTIDO-CAVERNOSA IPSILATERAL: DESAFIO DIAGNOSTICO E ABORDAGEM TERAPEUTICA

Objetivo

Discutir o diagnóstico e a evolução de um paciente com síndrome do ápice orbitário e fístula carótido-cavernosa ipsilateral, revelando a possibilidade conjunta das duas condições e importância da suspeição.

Relato do Caso

G.B.S., sexo masculino, 56 anos de idade, relatava cefaleia frontal (intensa, latejante, contínua, com alívio parcial ao uso de opióides) e amaurose em olho direito, há cerca de 15 dias, após acidente automobilístico, tendo sofrido TCE leve, em região hemicraniana direita. Não foi submetido a nenhuma cirurgia durante a internação hospitalar e apenas na alta foi solicitada a avaliação oftalmológica. Olho esquerdo sem alterações ao exame oftalmológico. Olho direito sem percepção luminosa e, na biomicroscopia, apresentava-se com: ptose palpebral completa, edema palpebral, hiperemia conjuntival 2+, quemose intensa, córnea com edema estromal 1+, câmara anterior profunda, sem reação de câmara anterior, núcleoesclerose 2+, midríase paralítica e oftalmoplegia. Fundoscopia e tonometria sem alterações. Frêmito e sopro à ausculta de globo ocular direito. TC de órbitas com contraste: múltiplas fraturas à direita (parede lateral, póstero-lateral, esfenoide, zigomático e de seio frontal); proptose de globo ocular direito; aparente assimetria de seios cavernosos, sendo o direito mais proeminente; n. óptico direito alongado e retificado e dilatação da v. oftálmica ipsilateral. Devido a hipótese diagnóstica de fístula carótido-cavernosa, o paciente foi transferido para hospital com suporte de neurointensivismo. Foi realizada angiografia cerebral e procedimento endovascular. O paciente ficou assintomático, porém sem recuperação da visão.

Conclusão

É essencial a suspeição de que múltiplas fraturas orbitárias podem levar a mais de uma condição clínica, a exemplo deste relato, em que o paciente teve perda total da visão à direita devido a síndrome do ápice orbitário, e não pela fístula carótido-cavernosa. A avaliação precoce oftalmológica é determinante para o prognóstico visual pós-trauma ocular, a sua ausência pode levar a danos irreversíveis.

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