Código
RC232
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HO Redentora
Autores
- LAISA FERRAZ DE ARRUDA (Interesse Comercial: NÃO)
- PEDRO ABBES HUEB (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDA PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DIAGNOSTICO DE IRIDOCICLITE HETEROCROMICA DE FUCHS EM PACIENTE JOVEM
Objetivo
Relatar diagnóstico, evolução e conduta em paciente jovem portador de Iridociclite Heterocrômica de Fuchs e suas complicações.
Relato do Caso
Paciente, 27 anos, sexo masculino, com queixa de baixa acuidade visual (BAV), hiperemia e fotofobia intensa em olho direito (OD) há 6 meses sem melhora com corticóide tópico prescrito em outro serviço. Referia episódios similares frequentes há 2 anos, sempre refratários ao tratamento. Apresentava como antecedentes oculares, trabeculectomia (TREC) prévia há 12 anos em OD. Acuidade visual (AV) corrigida de conta dedos antiface em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE). Pressão intraocular de 10mmHg AO. À biomicroscopia do OD, íris hipocrômica com atrofia difusa, bolha de TREC superior, precipitados ceráticos difusos, reação inflamatória de câmara anterior (+2/+4) e catarata total branca. OE sem alterações. À fundoscopia, difícil visualização de OD com USG de OD apresentando leve vitreíte anterior. Foram solicitados exames sorológicos com resultados negativos com excessão para rubéola (IgG reagente: 371,6 UI/ml). Diante dos achados clínicos, ficou definido como hipótese diagnóstica Iridociclíte Heterocrômica de Fuchs e programada realização de facoemulsificação com implante de lente intra-ocular em OD. Após 3 semanas da cirurgia, paciente apresenta-se com AV corrigida em OD 20/40, biomicroscopia do OD com precipitados finos, córnea transparente e sem queixas. Encaminhado para acompanhamento regular nos setores de glaucoma e uveíte.
Conclusão
A iridocicilite heterocrômica de Fuchs é uma inflamação crônica, insidiosa e geralmente unilateral que acontece em cerca de 2 a 11% de todos os casos de uveíte anterior, caracterizada por uveíte, heterocromia de íris e catarata. Tais sinais clássicos nem sempre estão presentes simultaneamente tornando a doença muitas vezes subdiagnosticada. Realça-se a importância da lembrança desse diagnóstico incomum, uma vez que o erro leva ao uso crônico e sem maiores benefícios dos corticosteróides tópicos e midriáticos podendo até agravar o caso.