Sessão de Relato de Caso


Código

RC036

Área Técnica

Córnea

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital da gamboa

Autores

  • RAI TONINATO TENDOLO (Interesse Comercial: NÃO)
  • Isabel Alves Brasil Sendino (Interesse Comercial: NÃO)
  • Gustavo Bonfadini (Interesse Comercial: NÃO)

Título

USO DE LENTE DE CONTATO TERAPÊUTICA BANDAGE E COLÍRIO DE INSULINA NO MANEJO DE ÚLCERA NEUROTRÓFICA

Objetivo

Relatar o caso de úlcera neurotrófica refratária ao tratamento convencional e um efetivo manejo clínico com uso de colírio de insulina e lente de contato terapêutica.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 78 anos com quadro de dor em olho direito iniciado em outubro de 2017. Na ocasião veio com o diagnóstico de outra clínica de cerarite epitelial herpética. Já em tratamento com aciclovir oral, sem melhora do quadro. Ao exame biomicroscópico apresentava disfunção das glândulas de meibomius e úlcera central de bordos rasos. Iniciou tratamento com doxiciclina 100mg durante 30 dias e 2 ciclos de cloridrato de valaciclovir 500mg 12/12hs por 14 dias, Hyabakâ 4/4hs, Hylogelâ 8/8hs e higiene palpebral. Após 18 meses de manejo clínico apresentou períodos de melhora da superfície ocular porém sem remissão completa do afinamento estromal. Em 2021 evolui com quadro de úlcera neurotrófica pós herpética. Ao exame oftalmológico apresentava redução da sensibilidade corneana no olho direito, úlcera de bordos elevados em região central, irregularidade difusa da superfície da córnea e fibrose estromal. Foi proposto tratamento com colírios de insulina Regular 100UI/ml quatro vezes ao dia e lente de contato terapêutica Bandageâ. Após 2 semanas de uso do colírio apresentou boa evolução com leve ceratite central e após 2 meses de tratamento apresentou fechamento total da úlcera e melhora clínica importante da dor ocular e fotofobia. Paciente segue em acompanhamento sem queixas atualmente.

Conclusão

A úlcera neurotrófica é uma doença causada pela redução ou perda da sensibilidade da córnea e alterações na inervação do nervo trigêmeo. Suas etiologias podem ser variadas como infecções secundárias à herpes vírus, toxicidade por drogas, queimaduras, e uso incorreto de lentes de contato. Seu tratamento pode não ser eficaz com colírios lubrificantes convencionais, sendo o caso descrito acima um bom exemplo da excelente melhora da regeneração epitelial com o uso de colírio de insulina e uso de lente de contato terapêutica Bandageâ.

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