Código
RC235
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos do Paraná
Autores
- ANA CRISTINA DOLES GODOY (Interesse Comercial: NÃO)
- RAISA SCHNEIDER AREND (Interesse Comercial: NÃO)
- CARLOS AUGUSTO MOREIRA NETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HEMORRAGIA VÍTREA COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE PARS PLANITIS
Objetivo
A pars planitis(PP) faz parte das uveítes intermediárias, porém diferencia-se das demais pois não há infecção ou doença sistêmica de base. Acomete principalmente crianças e adolescentes e caracteriza-se pelo acúmulo de células inflamatórias e detritos na pars plana ou na cavidade vítrea. Dentre as apresentações observam-se anormalidades vasculares na retina periférica: vasculite, oclusão venular, periarterite e neovascularização que podem levar a hemorragia vítrea(HV). Snowballs correspondem a opacidades vítreas que podem ser efêmeras ou permanentes; já snowbank (formas graves) correspondem a organização densa e grosseira sob a pars plana e ora serrata. Objetivamos demonstrar um caso de HV como manifestação inicial de PP e seu desfecho após o tratamento
Relato do Caso
Masculino,11 anos,queixa de baixa Acuidade Visual(AV) em olho direito(OD) há 30 dias.Nega trauma e comorbidades. Ao exame foi constatada AV com melhor correção de conta dedos OD e 20/20 no olho esquerdo(OE).Sem alterações a biomicroscopia; Ao mapeamento de retina(MR) foi evidenciada HV em OD associado a presença de snowbanks,já em OE snowballs. Solicitados exames sorológicos, os quais vieram negativos. Indicou-se vitrectomia via pars plana(VVPP) em OD e injeção de triancinolona(TCN) subtenoniana. No 6º pós operatório, AVSC de OD era 20/25. Ao MR observou nervo quente, vítreo transparente, laser de barragem inferior e retina aplicada. Encaminhado ao reumatologista foi prescrito metotrexato(MTX) 1 vez por semana e ácido folínico. Após 3 meses de tratamento foram realizados novos exames e não evidenciou-se sinais de neurite ou vasculites, indicando controle da doença
Conclusão
A HV é uma rara complicação da PP, presente em 14% dos pacientes. O tratamento inicial é com corticosteroides, sendo considerado o uso de TCN subtenoniana em casos de edema macular cistóide. Os imunossupressores são indicados em casos bilaterias e que não respondem a corticoterapia. Em crianças, o MTX é o agente mais utilizado para o tratamento devido seu histórico de segurança e boa tolerância