Título

SERIE DE CASOS DE MIIASE EM CAVIDADE ORBITARIA EM PACIENTES DEBILITADOS

Objetivo

Descrever e comparar dois casos semelhantes de miíase em cavidade orbitária atendidos no HRSJ

Relato do Caso

Dois pacientes não contactuantes foram atendidos na emergência oftalmológica do HRSJ com miíase de cavidade orbitária. CD, feminina, 86 anos, branca, acamada por acidente vascular encefálico, com história de edema na pálpebra superior esquerda há sete dias. Ectoscopia com larvas, erosão palpebral e celulite perilesional. Globo ocular íntegro. Tomografia de órbita não demonstrou extensão pós-septal. Foram removidas sete larvas e prescritos ivermectina, amoxicilina e clavulanato. No dia seguinte se retirou outra larva e, ao terceiro dia, na ausência de larvas, paciente foi contrarreferenciada ao município de origem. AA, 86 anos, branco, com tumoração palpebral direita há cinco anos não tratada, na qual familiar notara larvas há cinco dias, com prostração. Ectoscopia com globo ocular íntegro e numerosas larvas na superfície e retrobulbares, inclusive na fissura orbitária superior, com pálpebras corroídas e desorganização de estruturas. Foram retiradas 27 larvas de órbita, prescritas ivermectina e antibioticoterapia endovenosa por sepse. Punção lombar descartou meningite por contiguidade. Foi admitido em UTI com insuficiência cardíaca descompensada, sendo transferido a outro hospital, onde veio a óbito.

Conclusão

Os pacientes apresentavam idade avançada, procedência rural, comorbidades e alteração da consciência, as quais predispõem à miíase, de acordo com a bibliografia. A destruição dos tecidos orbitários ocorre em poucos dias. O tratamento consiste na remoção das larvas, uso de ivermectina e manejo da infecção secundária, podendo contemplar cirurgia plástica ou exenteração orbitária. Referência: HUANG, Yan-Ling et al. Orbital myiasis. Medicine, v 99, n 4, e18879, jan 2020. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health)