Código
P30
Área Técnica
Geral
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HCRP-USP
Autores
- ILEN FERREIRA COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
- LIVIA PIMENTA BONIFACIO (Interesse Comercial: NÃO)
- CELSO MENEZES FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDO MELANI ROCHA (Interesse Comercial: NÃO)
- RODRIGO JORGE (Interesse Comercial: NÃO)
- VALDES ROBERTO BOLLELA (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO BELISSIMO-RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)
- ROSALIA ANTUNES-FOSCHINI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ACHADOS OCULARES EM PACIENTES RECUPERADOS DA COVID-19
Objetivo
Descrever os achados oftalmológicos em pacientes recuperados da COVID-19.
Método
Pacientes que se recuperaram da fase aguda da COVID-19, em seguimento ambulatorial pós-COVID, foram convidados a participar do estudo e passaram por avaliação oftalmológica completa, incluindo acuidade visual (AV) em logMAR, refratometria, biomicroscopia, tempo de ruptura lacrimal, teste de Schirmer, tonometria, oftalmoscopia indireta, retinografia colorida e avaliação da arquitetura retiniana usando tomografia de coerência óptica (OCT). Foram coletados dados sociodemográficos e histórico médico. Os pacientes foram classificados, de acordo com a gravidade das manifestações clínicas, em doença leve a moderada, grave e crítica. Este estudo esteve aninhado em um estudo de coorte prospectivo, denominado RECOVIDA.
Resultado
Foram avaliados 95 pacientes (190 olhos), 100 ± 44 dias após o início dos sintomas, com duração média da hospitalização de 17 ± 14 dias. Dez pacientes (10,5%) apresentaram doença leve a moderada, 46 (48,4%) grave e 39 (41,1%) crítica. A mediana (intervalos interquartis (IQR)) da AV apresentada foi de 0,1 (0-0,2) e melhor AV corrigida 0 (0-0,1). A biomicroscopia do segmento anterior não apresentou alterações, exceto doença do olho seco em 26,3% dos pacientes. A média ± desvio padrão (DP) da pressão intraocular (PIO) no grupo crítico (14,36 ± 2,08 mmHg) não foi diferente da observada nos grupos grave (13,76 ± 3,11 mmHg) e leve a moderado (12,60 ± 2,28 mmHg). A retinopatia diabética foi observada em 12,6% e dois pacientes (três olhos) do grupo crítico apresentaram discretos pontos branco-amarelados no polo posterior, levando a alterações hiporreflexivas ao nível do EPR, segmento externo e camada elipsóide. Hipertensão arterial, diabetes mellitus, obesidade e dislipidemia foram as comorbidades mais frequentes.
Conclusão
Este estudo identificou maior frequência da doença do olho seco e alterações benignas discretas da retina externa aproximadamente 80 dias após a fase aguda da COVID-19.